sábado, 23 de outubro de 2010

Haviam apenas três alternativas: fugir, sair, e ficar. Pensei horas e horas e avaliei ainda mais as consequências. Sei que é errado, mas sei também que quanto mais a gente pensa, menos sentido as coisas fazem.
Não tenho vontade de sorrir. Tenho asco e impaciência nos olhos. Depende do dia. Disseram no jornal que ontem iria chover. Fez sol. Nem o tempo climático obedece aos aperfeiçoamentos que lhe cabem. Se locomove sozinho. Queria poder fazer o mesmo; mas algo - deve-se chamar de vida - me manda bruscamente para lados diferentes há cada segundo. Quero um engarrafamento, onde minha cabeça pare de funcionar um pouco e eu precise exijir de mim mesma atenção e concentração numa coisa que não será eterna. Quero me mover, mas quando eu bem entender.
Porém, acho que troco e sou feita de fases e me mudo mais que a lua. Minha única certeza é meu coração. Eu mudo, e ele ama sempre as mesmas coisas. Fico feliz por ser destruída, mas não destruir á quem verdadeiramente amo. Minha ordem é crescente e decrescente, sempre divido minhas escuridões e clarezas em dias. Os dois sempre se misturam. Entretanto, vivo no mesmo ciclo há anos.
Hoje é nublado, parece haver uma neblina muito forte no céu, mas beem lá no alto. Branco. Pálido. Á esquerda, via-se o azul escuro, forte. Sem nuvens, sem cores demais, sem acasos, devo estar opaca como ele.
Meu pai tem em mente que eu seja esfomeada da vida, porque comida que tem que comer, ele diz que eu não como. Proteína.
Meu alimento é minha própria fome.

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